Após interdição de Centro Cirúrgico, por problemas estruturais, secretaria de saúde, começa obras de recuperação. Previsão de entrega é de 90 dias
Por Kleber Karpov
Desde a semana passada, parte do Hospital Municipal Dom Luiz Fernandes está em obras para a realização de recuperações estruturais. Interditado, a secretária Municipal de Saúde de Santo Antônio do Descoberto, Antônia Eliane contratou uma empresa para realizar reformas na unidade de saúde. A decisão ocorreu, após o recebimento de laudos técnicos que atestaram o comprometimento estrutural da unidade, com iminente riscos de desmoronamentos, na área onde funcionavam os centros cirúrgico e obstétrico.
De acordo com Antônia Eliane, entre os problemas apontados pelos laudos estavam rachaduras em pilares, decorrentes da falta de fundação – alicerce de concreto perfurado no chão que dá sustentação ao peso da construção –, paredes e lajes trincadas ou com fissuras, além de problemas decorrentes de infiltrações e ainda de instalações elétricas mal feitas.
Na tarde de quarta-feira (22), após a demolição das partes em estados mais críticos e, irrecuperáveis, a secretária de Saúde pode constatar os riscos apontados por engenheiros, além de se deparar com problemas com as fiações elétricas sobre a laje da construção.
Entre esses, diversos fios sem isolamento apropriado, cortados, amarrados a estruturas metálicas, o que poderia colocar em risco a vida de pacientes e servidores da unidade de saúde, em decorrência das constantes infiltrações, com curtos em instalações elétricas, durante os períodos de chuvas.
“O que vimos aqui foi uma demonstração de total irresponsabilidade para com o erário público e, principalmente, o descaso para com a vida das pessoas que recorrem ao hospital e, também aos servidores da saúde. Eu não sou engenheira, mas nunca ouvi falar em se fazer um pilar de uma construção, sem perfurar o chão para fazer a fundação. O pilar nasceu do nada, do piso. Isso explica as rachaduras dos pilares, das paredes e das lajas, e o pior, o risco disso desmoronar em cima de pacientes e dos servidores. Um crime que poderia ter se transformado em uma tragédia e que, infelizmente, aqueles que deveriam ter fiscalizados, enquanto as reformas que foram feitas na gestões anteriores, aparentemente, não estavam fazendo.”, desabafou.
Três meses
Ainda de acordo com a secretária de Saúde, o custo da obra foi de cerca de R$ 790 mil, para a recuperação estrutural. A previsão inicial é que, em aproximadamente 90 dias, os centros cirúrgico e obstétrico devem voltar a realizar procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade e partos cesáreos.
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